quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Região Sisaleira


Encravada no semi-árido baiano, a Região Sisaleira é considerada uma das áreas mais pobres do Brasil. A população estimada é de 800 mil habitantes, distribuídos em 35 mil quilômetros quadrados. A renda média per capta é de meio salário mínimo mensal. Além das atividades de exploração do sisal, que enfrentou um período de decadência após os anos 70, e das pedreiras, a base econômica é a pecuária extensiva e a agricultura familiar de subsistência, sujeita a longos períodos de seca que ciclicamente atingem a região, agravando os problemas sociais. Estes problemas são ainda aprofundados pela falta de acesso da população aos serviços básicos como saúde, educação e a inexistência de políticas adequadas à realidade do semi-árido.
A denominação da região se deve à tradicional cultura do sisal, também conhecido como agave, planta rústica originária do México, que se desenvolve em regiões semi-áridas. Sua fibra tem vasta utilização no mercado nternacional, sendo empregada nas indústrias de cordas, papel, confecção, entre outras. Na Bahia, desenvolveu-se na região econômica Nordeste, envolvendo cerca de 35 municípios, que compõem a Região Sisaleira.
O fenômeno climático da seca é uma questão predominante na Região Sisaleira. As freqüentes estiagens servem de justificativa para a manutenção da situação de pobreza e miséria historicamente fundamentada na má-distribuição de terras e na apropriação do poder local por grupos oligárquicos. Apropriação esta que se materializa em todos os aspectos e serviços: crédito, assistência técnica, saúde, poder político, econômico e outros. 

Assentamento Nova Esperança Em Cansanção, Bahia, Sofre Com As Ações Da Mineradora YAMANA GOLD

Em Audiência Pública em Cansanção, Agricultores Pedem Solução!

Entidades que atuam no Território do Sisal, Assentados de Reforma Agrária de Nova Esperança, Cansanção e autoridades Municipais, Estadual e Federal, estiveram presentes na audiência pública, no dia 11 de setembro de 2013 na câmara de vereadores de Cansanção, para discutirem os problemas causados pela atividade da mineradora Yamana Gold, no assentamento Nova Esperança, a mineradora fica instalada no município de Santaluz próxima ao assentamento.
Fruto de uma articulação, feita pelas entidades que fazem o acompanhamento do assentamento, como FATRES e MUC, conseguiram trazer para essa audiência pública órgãos como, representantes da Prefeitura de Cansanção, Representante da Câmara de Vereadores, a Superintendência Regional da Bahia do INCRA, com Luís Gurgel, o assessor da Presidência do INCRA Nacional, Celso Florêncio, representante da UFRB, e as entidades FETRAF-BA, CODES SISAL, CONSISAL E UNICAFES-BA no intuito de discuti e elaborar uma estratégia para que os moradores do assentamento não sejam prejudicados pelas atividades da mineradora.   
Durante a audiência pública, o INCRA e os Vereadores do município de Cansanção, puderam ouvir os relatos de representantes da comunidade Nova Esperança a respeito da situação em que hoje estão vivendo os moradores. Na oportunidade foi exibido um vídeo feito na ultima reunião, dia 22 de agosto, o qual mostra a explosão que ocorreu minutos após o término da reunião.  As entidades puderam ver o que a comunidade vem enfrentando desde que a mineradora se instalou no município.
A comunidade vem solicitando ajuda para revolver essa situação, principalmente das entidades que acompanham a comunidade, como Movimento Unificação Camponesa, MUC, que vem acompanhado desde o inicio dos problemas, o coordenador do MUC, Ezequiel Santiago, fala desse trabalho de articular as entidades para resolverem o problema da comunidade “estamos articulando as entidades de atuação no Território do Sisal, na Bahia e no Brasil para juntos somarmos força para solucionar os problemas encontrados na comunidade de Nova Esperança, nessa reunião aprofundamos o debate sobre a necessidade de encontrar o mais rápido possível uma solução para o problema com as detonações causadas pela empresa Yamana Gold, a cada dia que passa a situação vem se agravando, as detonações vêm aumentando, era uma vez por semana e agora passa a ser todos os dias e cada vez mais forte” comenta Ezequiel.
A FATRES tem ações no assentamento, como o projeto de Segurança Alimenta e Nutricional, e não poderia ficar de olhos fechados diante do que vem acontecendo, o coordenador da FATRES, João Nilton, vem acompanhando as reuniões e se colocando a disposição para contribuir no que for possível, e comenta sobre a explosão que já presenciou, “já participamos de reunião na comunidade que teve uma forte explosão na mineradora que cobriu todo o assentamento e vimos todos correrem, então é uma situação que não da para viver desse jeito, tem que ter uma solução para esse problema. Faz parte da missão da FATRES, contribuir na melhoria das condições sociais de vida dos trabalhadores e as trabalhadoras da agricultura familiar no semiárido da Bahia, então não podemos ficar de braços cruzados, vamos contribuir o que tiver no nosso alcance para resolver esse problema” reitera João Nilton.
Tanto o Superintendente, Luís Gurgel, e o assessor da presidência do INCRA, Celso Florêncio, se mostraram sensíveis a causa dos assentados. Celso Florêncio depois que viu o vídeo e os relatos dos moradores, se mostrou preocupado “as imagens que vimos aqui na reunião e as reclamações que ouvimos da comunidade, eu volto para Brasília preocupado com a situação, e afirmamos que o INCRA tem responsabilidade sobre a área do assentamento e todo aquilo que tiver no limite da lei, nós vamos fazer em defesa dos trabalhadores, dos beneficiários que foi assentado por nós mesmo, então é nossa responsabilidade, vimos aqui toma conhecimento da situação, agente precisa saber tecnicamente quais são os problemas, para isso vamos esta constituindo um grupo de trabalho de profissionais de Brasília, da Bahia e da UFRB, essa é nossa intenção, levantar informações sobre os impactos na comunidade, tem que se manter organizada, não fazer negociações individuais, de cada beneficiário do seu jeito, tem que ser uma solução coletiva” comenta Celso.
Os encaminhamentos, por parte do INCRA nacional, foi montar um grupo de trabalho no máximo dentro de 15 dias, para fazer um levantamento técnico dos impactos causados pela minerado e o INCRA regional ficou de cobrar informações da empresa em relação aos problemas.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Alunos aprovados na UFRB

O Rose tem  três alunos aprovados nos cursos da UFRB:


Fábia Santiago
Iure Santos
Ramom Graciliano

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Lei Cultura Viva

Lei Cultura Viva é aprovada na Câmara dos Deputados

Publicação: 28/08/13 | 13H08 - Última Atualização: 02/09/13 | 09H09
Na última terça-feira, 27, o Projeto de Lei 757/2011, conhecido como Lei Cultura Viva, foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, em Brasília. O projeto, de autoria da deputada federal e presidenta da Comissão de Cultura, Jandira Feghali (PCdoB/RJ), segue para a apreciação do Senado e, posteriormente, se não sofrer modificações, poderá ir diretamente para sanção presidencial.
Dentre outros ganhos e mudanças, a Lei Cultura Viva promete desburocratizar o processo de financiamento e simplifica os procedimentos de prestação de contas para entidades e coletivos formais e informais de cultura.
O Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – Cultura Viva foi criado em 2004 por Célio Turino, quando era o titular da pasta da Secretaria da Cidadania Cultural do Ministério da Cultura (MinC). Sua principal e mais agente ação são os Pontos de Cultura, além de outras como Pontinhos de Cultura e Pontos de Leitura.
Na Bahia, 220 instituições foram reconhecidas como Pontos de Cultura, 70 delas já em 2004, vinculadas ao MinC, e as outras 150 vinculadas à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) em edital lançado em 2008.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

FATRES

O Rose foi Matéria no Globo Rural

 Na região do sisal, o Povoado de Rose cresceu com a ajuda dos griôs.
Griô é o contador de histórias, mestre em um saber, uma tradição.

Do Globo Rural
O nome povoado de Rose é uma homenagem a Roseli Celeste Nunes da Silva, líder camponesa que morreu num conflito de terra logo no início do Movimento dos Sem Terra.
A vida no local não é um mar de rosas. Tem lixo acumulado, esgoto a céu aberto, mas quem vivia em barracas de lona preta há vinte anos, hoje tem um teto digno. As casas tem itens básicos de consumo dos lares brasileiras.
É um assentamento que está dando certo, onde os sem terra estão virando proprietários e experimentando a inclusão social. E o que uniu tudo isso foram os projetos culturais, especialmente os dos griôs, em que os mais velhos passam o que sabem para os mais novos.
“As pessoas aqui estão acima da linha da miséria. Somos pobres, mas é um pobre que consegue viver. Cerca de 500 pessoas moram aqui. Temos uma casa de farinha, uma sede da associação, posto de saúde, quadra de esportes, energia elétrica, sistema de abastecimento de água e uma escola”, lembra um griô da região.