Encravada no semi-árido baiano, a Região
Sisaleira é considerada uma das áreas mais pobres do Brasil. A
população estimada é de 800 mil habitantes, distribuídos em 35
mil quilômetros quadrados. A renda média per capta é de meio
salário mínimo mensal. Além das atividades de exploração do
sisal, que enfrentou um período de decadência após os anos 70, e
das pedreiras, a base econômica é a pecuária extensiva e a
agricultura familiar de subsistência, sujeita a longos períodos de
seca que ciclicamente atingem a região, agravando os problemas
sociais. Estes problemas são ainda aprofundados pela falta de acesso
da população aos serviços básicos como saúde, educação e a
inexistência de políticas adequadas à realidade do semi-árido.
A denominação da região se deve à tradicional
cultura do sisal, também conhecido como agave, planta rústica
originária do México, que se desenvolve em regiões semi-áridas.
Sua fibra tem vasta utilização no mercado nternacional, sendo
empregada nas indústrias de cordas, papel, confecção, entre
outras. Na Bahia, desenvolveu-se na região econômica Nordeste,
envolvendo cerca de 35 municípios, que compõem a Região Sisaleira.
O fenômeno climático da seca é uma questão
predominante na Região Sisaleira. As freqüentes estiagens servem de
justificativa para a manutenção da situação de pobreza e miséria
historicamente fundamentada na má-distribuição de terras e na
apropriação do poder local por grupos oligárquicos. Apropriação
esta que se materializa em todos os aspectos e serviços: crédito,
assistência técnica, saúde, poder político, econômico e outros.